Todos os alunos e professores estão a levar com políticas ideológicas de género que anulam proteções baseadas no sexo ao dar prioridade aos sentimentos em vez da biologia.
Todos os alunos e professores estão a levar com políticas ideológicas de género que anulam proteções baseadas no sexo ao dar prioridade aos sentimentos em vez da biologia.
Em quase 100% dos nascimentos, todo o ser humano possui cromossomos XX ou XY. Às vezes, porém, erros genéticos raros durante a divisão celular resultam em humanos com combinações adicionais de cromossomos sexuais além dos típicos XX e XY, como X ou XXY. Alguns afirmam que estas combinações raras provam que existem mais de dois sexos. Porém, há um problema: os cromossomos não são sexos. Aqui está a diferença.
Os sexos são estratégias reprodutivas que produzem dois gametas de tamanhos diferentes.[1]O sexo masculino é o fenótipo que produz os gametas menores, e o sexo feminino é o fenótipo que produz os gametas maiores.[2]/[3]Os cromossomos contêm os genes que determinam o sexo, que resulta em homem ou mulher.[4]Os cromossomos são a base e os sexos são o resultado. Em humanos, mesmo que haja cromossomos ausentes ou duplicados, os genes dentro dos cromossomos ainda produzem um homem ou uma mulher.[5]Assim, combinações adicionais de cromossomos não são sexos adicionais.[6]
A chave para esta consistência notável é encontrada no gene SRY.[7]Localizado no cromossomo Y, desencadeia uma cascata de genes que levam ao desenvolvimento masculino: diferenciação gonadal em testículos, que então leva ao desenvolvimento da genitália interna e externa masculina.[8]Na sua ausência, outros genes como WNT4 e RSPO1 levam ao desenvolvimento feminino: diferenciação gonadal em ovários.[9]A ausência de hormonas testiculares como a testosterona e o hormona anti-Mulleriano leva ao desenvolvimento da genitália interna e externa feminina. É por isso que o gene SRY é conhecido como o gene mestre que determina o sexo para mamíferos. Na sua presença, o feto desenvolve-se em um homem e, na sua ausência, o feto desenvolve-se em uma mulher, independentemente da falta ou duplicação de cromossomos.
Sabendo disto, podemos agora voltar às combinações atípicas e prever facilmente o sexo resultante:
Aqueles que combinam combinações atípicas de cromossomos com sexos adicionais estão a usar um malabarismo de prestidigitação. Atualmente, os defensores da autodeterminação da identidade de género discutem cromossomas, no outro, sexo – sem definir a diferença. Ao fundir os dois, argumentam incorretamente que a variação cromossómica forma sexos adicionais. E, no entanto, nenhuma destas variantes cromossómicas resulta num terceiro papel na reprodução. Eles ainda resultam em apenas dois: masculino ou feminino. Na verdade, embora a maioria das variantes cromossómicas além de XX e XY resultem em infertilidade, quando os indivíduos com essas condições são férteis, eles produzem espermatozoides ou óvulos, e não um terceiro tipo de gameta. Assim, não são sexos adicionais.
[3] Lehtonen, J., Parker, G. (2019). Evolution of the two sexes under internal fertilization and alternative evolutionary pathways. The American Naturalist, 193(5), 702-71. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31002575/
[4] Bachtrog D, Mank JE, Peichel CL, Kirkpatrick M, Otto SP, Ashman TL, et al. (2014). Sex Determination–Why So Many Ways of Doing It. PLoS Biol, 12(7). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24983465/
Marcha pelas crianças protestou contra ideologia de género nas escolas
Ação silenciosa decorreu em cinco cidades portuguesas
Dezenas de pais, avós e encarregados de educação participaram, hoje à tarde, na “Marcha Silenciosa Pelas Crianças”, que percorreu algumas das principais ruas de Braga, fazendo eco de uma manifestação que decorreu em mais cinco cidades portuguesas: Viana do Castelo, Braga, Porto, Coimbra, Lisboa e Faro.
Os manifestantes protestaram contra aquilo que consideram ser «o ataque declarado à inocência das crianças através da doutrinação na ideologia de género e a sexualização precoce que estão a impor nas escolas, assim como a decadência do ensino em geral».
Cibelli Almeida, vice-presidente da Associação Família Conservadora, revelou que o Movimento cívico “Acordai, pelas nossas crianças» foi criado em Lisboa e conta com o apoio da Associação Família Conservadora e de outras instituições na realização desta marcha que pretende demonstrar «a indignação pelo que está a acontecer nas escolas públicas».
«Nós não queremos que doutrinem os nossos filhos porque defendemos que quem educa os filhos são os pais. A escola deve estar preocupada em ensinar bem Matemática, História, Geografia, os conteúdos curriculares para que o aluno seja um bom profissional no futuro, mas com os princípios e os valores que os pais querem», defendeu a presidente da associação.
No sábado, em várias cidades dos país, marchámos pelas crianças.
Marchámos contra a expropriação dos pais da educação, contra a erotização e sexualização dos mais pequenos nas escolas, contra a intromissão do Estado na educação que os pais têm o direito a dar aos seus filhos, contra a escola transformada numa linha de montagem e contra a engenharia social que está a arrastar cada vez mais crianças para a mutilação genital.
Oficialmente conhecida como a Convenção do Conselho da Europa sobre Cibercriminalidade, aConvenção de Budapeste, na Hungria, abriu em 21 de novembro de 2001 as assinaturas para o tratado internacional. O tratado entrou em vigor em 2004 e, em 2023, contava já com 66 países vigentes, 11 observadores, com a estimativa de que mais de 150 países utilizem as disposições do Tratado como orientação para o combate ao crime cibernético.
Portugal, através da Resolução da Assembleia da República n.º 88/2009 e Decreto do Presidente da República n.º 92/2009, ambos publicados a 15 de setembro, ratificou a Convenção sobre o Cibercrime, o que levou a Assembleia da República a aprovar a atual Lei do Cibercrime, n.º 109/2009, de 15 de setembro, realizando-se deste modo, os compromissos internacionais a que o nosso Estado se vinculou.
O Conselho da Europa adotou em 17 de janeiro de 2023, uma decisão que autoriza os Estados-Membros a ratificarem, no interesse da UE, o segundo protocolo adicional à Convenção sobre o Cibercrime (Convenção de Budapeste).
Sobre a Pornografia Infantil na Internet
Todos nós sabemos que, cada vez mais, crianças muito pequenas têm acesso a tecnologia e, por conseguinte, acesso e com consentimento dos pais ou responsáveis, a conteúdos aparentemente inofensivos. A Internet constitui terreno fértil para indivíduos que, escondendo-se atrás de uma identidade de utilizador falsa, pretendam contactar com menores de idade com o objetivo de praticar atos de cariz sexual. As vítimas, por inocência, motivadas pela curiosidade ou desconhecimento relativamente aos riscos inerentes à utilização da Internet, podem ser lesadas no que diz respeito à sua exploração sexual. Lembremo-nos de um acontecimento que foi notícia em novembro de 2023, sobre o grupo “Bora bater record de mais pessoas no grupo” de WhatsApp, que adicionaram centenas de jovens das mais diversas idades ao grupo, cujos conteúdos incluía pornografia e pedofilia. Os riscos da utilização da Internet podem consistir na divulgação de imagens de menores com conteúdo sexual (pornografia infantil), oferta de serviços de prostituição, conversas de carácter sexual, exposição do menor a conteúdos pornográficos, devassa da vida privada, aliciamento/sedução do menor à participação em situações de carácter erótico ou sexual (child grooming), intimidação, cyberbullying e cyberstalking.
ONU poderá ‘descriminalizar’ certas formas de pornografia infantil no último acordo sobre crimes cibernéticos.
A verdadeira proteção das crianças deixou de ser uma prioridade para as nossas instituições.
Com a introdução da Ideologia de Género nas nossas escolas e sociedade em geral e com a classificação de pedofilia, no CID 11, que passou a ser “pessoas atraídas por menores”,a criminalização não é pacífica, gerando várias dificuldades no que respeita ao fundamento para a sua consagração, assim como coloca o problema de identificar onde se situam os limites do Direito Penal. Por um lado, existe o problema relativo à identificação do bem jurídico que se pretende proteger, por outro,salvaguardar a liberdade de autodeterminação sexual, uma vez que tanto no caso da pornografia infantil aparente como no da pornografia virtual não existe uma qualquer ofensa concreta a um menor.
Com a introdução, quer nas disciplinas escolares, quer em atividades extracurriculares, a educação sexual está a ser implementada de forma grosseira e precocemente; demonstrações de prática desextingpara adolescentes, exercícios escritos e práticos sobre sexualidade, festas nas escolas de cariz sexual, a permissão de espetáculos de cariz sexual, nomeadamente de Drag Queens, são cada vez mais frequentes as atividades que procuram naturalizar a presença de menores em contexto sexual.
Mas agora a exigência de descriminalizar certos tipos de pornografia infantil vem de cima e deverá ser contemplada no próximo tratado de Cibersegurança da ONU, de acordo com a proposta, precisamente, no âmbito dos Direitos Humanos e da liberdade de autodeterminação sexual.
Uma verdadeira loucura que introduziria progressivamente uma visão tolerante em relação às atitudes pedófilas.
Não podemos permitir isto.
Quando haverá uma proteção real para a infância e para todas as crianças que cercam estes degenerados?
Cada vez mais nos aproximamos da diminuição da idade de consentimento.
Tempos virão, e estão muito próximos, em que haverá um braço de ferro entre o que é considerado moral e ético e o direito à autodeterminação sexual.
Como a educação sexual é um meio para perverter o ensino nas escolas do país.
A Educação Sexual para crianças e jovens, ao contrário do que se costuma dizer no círculo das classes falantes, não é um método para discutir tabus, nem sequer informar a juventude sobre riscos de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) ou gravidezes indesejadas. O foco principal da Educação Sexual (ES) é estimular um novo padrão de comportamento baseado no perfil desejado por ONGs e fundações internacionais, padrões esses adotados nos vários guias para a ES, nomeadamente, os cadernos PRESSE ( https://www.presse.com.pt/).
O Conselho de Informação e Educação Sexual dos Estados Unidos (Siecus –https://siecus.org/resources/the-guidelines/), grande colaborador no que concerne à produção de material para estes assuntos, faz uma clara apologia no seu site de práticas como “masturbação”, “aborto” e “materiais pornográficos”. Coisas do género são vistas como direitos sexuais e o público-alvo do guia vai desde o pré-escolar ao secundário.
A IPPF- International Planned Parenthood Federation, uma organização não governamental global com os objetivos amplos de promover a saúde sexual e reprodutiva e defender o direito dos indivíduos de fazerem as suas próprias escolhas no planeamento familiar, validada pela UNESCO (https://healtheducationresources.unesco.org/pt-pt/library/documents/sexual-rightsan-ippf-declaration) é constituída por 150 associações e parceiros colaborativos e encontra-se em mais de 146 países. De salientar que a APF – Associação de Planeamento Familiar, é membro e segue as diretrizes da IPPF (https://www.ippf.org/about-us/member-associations/portugal).
No seu Kit-Guia para a CSE (Comprehensive Sexuality Eduaction) refere, na página 3, e numa abordagem sexualmente positiva na CSE, reconhece que todas as pessoas são seres sexuais com direitos sexuais,independentemente de sua idade, sexo, religião, orientação sexual, status de HIV ou (deficiência). “A positividade sexual é uma atitude que celebra a sexualidade como uma parte melhoradora da vida que traz felicidade, energia e celebração. As abordagens positivas em relação ao sexo esforçam-se por alcançar experiências ideais, em vez de apenas trabalhar para evitar experiências negativas. Ao mesmo tempo, reconhecem e abordam as várias preocupações e riscos associados à sexualidade sem reforçar o medo, a vergonha ou o tabu da vida sexual dos jovens e desigualdade de género”.https://www.ippf.org/sites/default/files/2018-03/IPPF%20Deliver%20and%20Enable%20-%20CSE%20Toolkit.pdf.
As respostas podem incluir: sexo oral; carícias; danças; masturbação; conversas; abraços; beijos; fantasias sexuais; sexo anal; massagens; dar as mãos; abraços no sofá; tocar os órgãos genitais um do outro, relações vaginais; dizer “Eu gosto de ti”, sendo que os promotores devem certificar-se de que os participantes entendam a definição de relação sexual vaginal, sexo oral, sexo anal e masturbação; relações vaginais ou relações sexuais significam o pénis de um homem na vagina de uma mulher; sexo oral significa a boca de uma pessoa nos genitais de outra pessoa; Sexo anal significa o pénis de um homem no anus de outra pessoa, reto ou por trás; masturbação significa esfregar, acariciar ou“brincar com” os próprios genitais ou “brincar com” genitais de outra pessoa.
Numa outra atividade, ensina-se o uso do preservativo.
Ao contrário do que dizem os promotores deste tipo de educação, o ensino da sexualidade, da forma como nós, apelidados de conservadores, transmitimos, não está radicado em “crenças religiosas ultrapassadas”, mas na própria razão humana.
A família é a primeira escola de valores da criança e é por isso que devemos, cada vez mais, não permitir que seja o Estado e outras entidades a tomarem para si a responsabilidade da educação dos nossos filhos, caso contrário, abre-se espaço para uma educação cada vez mais apelativa e promotora de comportamentos sexuais absurdos.
Até quando a maioria dos pais e/ou encarregados de educação vão continuar a negar as evidências?
Muitos destes programas são feitos à revelia e desconhecimento dos pais, assim, urge que cada um exija às escolas que informe qual o programa curricular previsto para o ano letivo, assim como, todas as atividades extracurriculares previstas.
É da responsabilidade dos pais educarem os seus filhos e promoverem uma recta compreensão da dignidade humana.
Depois de o filho de 15 anos de Kathleen, que ela descreve como uma criança obsessiva, ter dito abruptamente aos pais que era trans, o médico que ia avaliar se ele tinha TDAH [NT: Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade] encaminhou-o para um especialista em TDAH e género. Kathleen, que pediu para ser identificada apenas pelo primeiro nome para proteger a privacidade do filho, partiu do princípio que o especialista iria fazer algum tipo de avaliação ou apreciação. Não foi esse o caso.
A reunião foi breve e começou com uma nota chocante. "À frente do meu filho, a terapeuta perguntou: 'Queres um filho morto ou uma filha viva? contou Kathleen.
Os pais são habitualmente avisados de que seguir qualquer caminho que não seja o de concordar com a identidade de género auto-declarada do filho é colocar um jovem com disforia de género em risco de suicídio, o que para muitas pessoas parece uma chantagem emocional.
Os defensores do modelo de afirmação de género citaram estudos que mostram uma associação entre esse padrão de cuidados e um menor risco de suicídio. Mas esses estudos revelaram ter falhas metodológicas ou foram considerados não inteiramente conclusivos. Uma pesquisa de estudos sobre os efeitos psicológicos das hormonas de sexo cruzado, publicada há três anos no The Journal of the Endocrine Society, a organização profissional de especialistas em hormonas, concluiu que "não podia tirar quaisquer conclusões sobre a morte por suicídio".
Numa carta enviada ao The Wall Street Journal no ano passado, 21 especialistas de nove países afirmaram que esse estudo era uma das razões pelas quais acreditavam que "não havia provas fiáveis que sugerissem que a transição hormonal fosse uma medida eficaz de prevenção do suicídio".
Além disso, a incidência de pensamentos e tentativas de suicídio entre jovens com disforia de género é complicada pela elevada incidência de doenças associadas, como a perturbação do espetro do autismo. Segundo uma síntese sistemática, "as crianças com disforia de género apresentam frequentemente uma série de comorbilidades psiquiátricas, com uma elevada prevalência de perturbações do humor e da ansiedade, traumatismos, perturbações alimentares e perturbações do espetro do autismo, suicídio e automutilação".
Mas em vez de serem tratadas como pacientes que merecem ajuda profissional imparcial, as crianças com disforia de género tornam-se frequentemente peões políticos.
Os legisladores conservadores estão a trabalhar para proibir o acesso aos cuidados de género para menores e, ocasionalmente, também para adultos. Por outro lado, no entanto, muitos médicos e profissionais de saúde mental sentem que estão de mãos atadas devido à pressão dos activistas e à captura de organizações. Dizem que se tornou difícil praticar cuidados de saúde mental responsáveis ou medicina para estes jovens.
Os pediatras, psicólogos e outros clínicos que discordam desta ortodoxia, acreditando que não se baseia em provas fiáveis, sentem-se frustrados pelas suas organizações profissionais. A Associação Americana de Psicologia, a Associação Americana de Psiquiatria e a Academia Americana de Pediatria apoiaram incondicionalmente o modelo de afirmação de género.
Em 2021, Aaron Kimberly, um homem trans de 50 anos e enfermeiro registado, deixou a clínica na Colúmbia Britânica onde o seu trabalho se centrava na admissão e avaliação de jovens com disforia de género. Kimberly recebeu uma triagem abrangente quando embarcou em sua própria transição bem-sucedida aos 33 anos, que resolveu a disforia de género que experimentou desde cedo.
Mas quando o modelo de afirmação do género foi introduzido na sua clínica, recebeu instruções para apoiar o início do tratamento hormonal para os pacientes que chegavam, independentemente de terem problemas mentais complexos, experiências com traumas ou de estarem "gravemente doentes", disse Kimberly. Quando encaminhou as pacientes para cuidados de saúde mental adicionais em vez de tratamento hormonal imediato, disse que foi acusado daquilo a que chamavam "gatekeeping" [NT: termo que significa a atividade de tentar controlar quem tem acesso a determinados recursos e oportunidades e quem não tem] e teve de mudar de emprego.
"Apercebi-me de que algo tinha saído completamente dos carris", contou Kimberly, que posteriormente fundou a Gender Dysphoria Alliance e a L.G.B.T. Courage Coalition para defender melhores cuidados de saúde para o género.
Os homens e as mulheres homossexuais disseram-me muitas vezes que receiam que as crianças atraídas pelo mesmo sexo, em especial os rapazes efeminados e as raparigas que são Marias-rapazes, que não se conformam com o género, sofram uma transição durante uma fase normal da infância e antes da maturação sexual - e que a ideologia de género possa mascarar e até favorecer a homofobia.
Como disse um homem que passou pela transição, agora numa relação homossexual: “Eu era um homem homossexual que foi obrigado a parecer uma mulher e namorei uma lésbica que foi obrigada a parecer um homem. Se isso não é terapia de conversão, não sei o que é”.
"Fiz a transição porque não queria ser gay", disse-me Kasey Emerick, uma mulher de 23 anos e detransicionada da Pensilvânia. Criada numa igreja cristã conservadora, disse: "Acreditava que a homossexualidade era um pecado".
Quando tinha 15 anos, Emerick confessou a sua homossexualidade à mãe. A mãe atribuiu a sua orientação sexual a um trauma - o pai de Emerick foi condenado por a ter violado e agredido repetidamente quando ela tinha entre 4 e 7 anos - mas depois de apanhar Emerick a enviar mensagens de texto a outra rapariga aos 16 anos, tirou-lhe o telemóvel. Quando Emerick se descontrolou, a mãe internou-a num hospital psiquiátrico. Enquanto lá estava, Emerick disse a si própria: "Se eu fosse um rapaz, nada disto teria acontecido."
Em maio de 2017, Emerick começou a pesquisar "género" na Internet e encontrou sites de defesa dos direitos transexuais. Depois de perceber que podia "escolher o outro lado", disse à mãe: "Estou farta de ser chamada sapatona e de não ser uma rapariga a sério". Se ela fosse um homem, seria livre de ter relações com mulheres.
Em setembro desse ano, ela e a mãe encontraram-se com um conselheiro com carteira profissional para a primeira de duas consultas de 90 minutos. Ela disse ao conselheiro que tinha desejado ser um escuteiro em vez de uma escuteira. Disse que não gostava de ser homossexual ou lésbica. Também disse ao conselheiro que sofria de ansiedade, depressão e ideação suicida. O conselheiro recomendou testosterona, que foi prescrita por uma clínica de saúde L.G.B.T.Q. próxima. Pouco tempo depois, foi-lhe também diagnosticado TDAH. Desenvolveu ataques de pânico. Aos 17 anos, foi autorizada a fazer uma mastectomia dupla.
Pensava: "Oh meu Deus, vão tirar-me os seios. Tenho 17 anos. Sou demasiado nova para isto'", recorda. Mas ela foi em frente com a operação.
"A transição pareceu-me uma forma de controlar algo quando não conseguia controlar nada na minha vida", explicou Emerick. Mas depois de viver como um homem trans por cinco anos, Emerick percebeu que seus sintomas de saúde mental estavam a piorar. No outono de 2022, ela assumiu-se como uma detransicionada no Twitter e foi imediatamente atacada. Influenciadores transgénero disseram-lhe que ela era careca e feia. Recebeu várias ameaças.
"Pensei que a minha vida tinha acabado", disse ela. "Apercebi-me de que tinha vivido uma mentira durante mais de cinco anos."
Hoje, a voz de Emerick, permanentemente alterada pela testosterona, é a de um homem. Quando diz às pessoas que é uma detransicionada, perguntam-lhe quando tenciona deixar de tomar T e viver como uma mulher. "Já não tomo há um ano", responde.
Uma vez, depois de ter contado a sua história a um terapeuta, este tentou tranquilizá-la. Se lhe serve de consolo, o terapeuta comentou: "Nunca teria adivinhado que já foi uma mulher trans" [NT: uma “mulher trans” é um homem que se identifica como mulher e que pode ou não ter passado por um processo médico, hormonal e estético para ter a aparência de uma mulher]. Emerick respondeu: "Espere, que sexo acha que eu sou?"
Ao ditado dos activistas trans de que as crianças conhecem melhor o seu género, é importante acrescentar algo que todos os pais sabem por experiência própria: As crianças mudam de ideias a toda a hora. Uma mãe contou-me que, depois do seu filho adolescente ter desistido - desistido de uma identidade trans antes de qualquer procedimento médico irreversível - ele explicou: "Estava apenas a revoltar-me. Vejo isso como uma subcultura, como ser gótico".
"O trabalho das crianças e dos adolescentes é experimentar e explorar onde se encaixam no mundo, e uma grande parte dessa exploração, especialmente durante a adolescência, é em torno do seu sentido de identidade", disse-me Sasha Ayad, uma terapeuta com carteira profissional baseada em Phoenix. "As crianças nessa idade apresentam muitas vezes uma grande dose de certeza e urgência em relação a quem pensam que são nesse momento e às coisas que gostariam de fazer para concretizar esse sentido de identidade."
Ayad, coautora de "When Kids Say They're Trans: A Guide for Thoughtful Parents" [NT: Quando as crianças pensam que são trans: um guia para pais ponderados], aconselha os pais a desconfiarem do modelo de afirmação de género. “Sempre soubemos que os adolescentes são particularmente maleáveis em relação aos seus pares e ao seu contexto social e que a exploração é muitas vezes uma tentativa de navegar pelas dificuldades dessa fase, como a puberdade, a aceitação das responsabilidades e complicações da jovem idade adulta, o romance e a solidificação da sua orientação sexual”, diz-me. Por ter este tipo de abordagem exploratória na sua própria prática com jovens com disforia de género, Ayad viu a sua licença ser contestada duas vezes, ambas por adultos que não eram seus pacientes. Em ambas as ocasiões, as acusações foram retiradas.
Os estudos mostram que cerca de oito em cada 10 casos de disforia de género na infância se resolvem na puberdade e que 30% das pessoas que fazem terapia hormonal interrompem a sua utilização no prazo de quatro anos, embora os efeitos, incluindo a infertilidade, sejam frequentemente irreversíveis.
Os defensores da transição social precoce e das intervenções médicas para os jovens com disforia de género citam um estudo de 2022 que mostra que 98% das crianças que tomaram bloqueadores da puberdade e hormonas sexuais cruzadas continuaram o tratamento por períodos curtos, e outro estudo que acompanhou 317 crianças que fizeram a transição social entre os 3 e os 12 anos de idade, que concluiu que 94% delas ainda se identificavam como transgénero cinco anos mais tarde. Mas estas intervenções precoces podem cimentar o auto-conceito das crianças sem lhes dar tempo para pensar ou amadurecer sexualmente.
Fonte Continua: 'O processo de transição não me fez sentir melhor'
Há adultos transgénero que estão satisfeitos com as suas transições e, quer tenham começado a transitar quando eram adultos ou adolescentes, sentem que a transição mudou a sua vida e até salvou vidas. O número reduzido, mas em rápido crescimento, de crianças que manifestam disforia de género e que fazem a transição numa idade precoce, segundo os médicos, é um fenómeno recente e mais controverso.
Laura Edwards-Leeper, psicóloga fundadora da primeira clínica pediátrica de género nos Estados Unidos, afirmou que, quando iniciou a sua prática clínica em 2007, a maioria dos seus pacientes apresentava disforia de género de longa data e profundamente enraizada. A transição fazia claramente sentido para quase todos eles, e quaisquer problemas de saúde mental que tivessem eram geralmente resolvidos através da transição de género.
«Mas já não é esse o caso», disse-me recentemente. Apesar de não se arrepender de ter feito a transição do grupo anterior de pacientes e de se opor às proibições governamentais de cuidados médicos a transexuais, disse: «Tanto quanto sei, não há organizações profissionais que estejam a intervir para regular o que se está a passar».
A maior parte dos seus pacientes, disse, não tem antecedentes de disforia de género na infância. Outros referem-se a este fenómeno, com alguma controvérsia, como disforia de género de início rápido, em que os adolescentes, em particular as raparigas, expressam disforia de género apesar de nunca o terem feito quando eram mais novas. Frequentemente, têm problemas de saúde mental não relacionados com o género.
Apesar das associações profissionais afirmarem que há falta de investigação de qualidade sobre a disforia de género de início rápido, vários investigadores documentaram o fenómeno e muitos prestadores de cuidados de saúde têm visto indícios do mesmo nas suas práticas.
«A população mudou drasticamente», afirma Edwards-Leeper, ex-chefe do Comité da Criança e do Adolescente da Associação Profissional Mundial para a Saúde Transgénero, a organização responsável pela definição das directrizes de transição de género para os profissionais de saúde.
«Para estes jovens», disse-me ela, «é preciso ter tempo para avaliar realmente o que se está a passar, ouvir a cronologia e obter a perspectiva dos pais, a fim de criar um plano de tratamento individualizado. Muitos prestadores de cuidados de saúde estão a perder completamente esse passo».
No entanto, os profissionais de saúde e os cientistas que não acham que os médicos devam concordar automaticamente com o auto-diagnóstico de um jovem têm muitas vezes medo de se manifestar. Um relatório encomendado pelo Serviço Nacional de Saúde sobre a clínica britânica Tavistock, que, até ter sido encerrada, era o único centro de saúde do país dedicado à identidade de género, refere que «o pessoal dos cuidados primários e secundários disse-nos que se sente pressionado a adotar uma abordagem afirmativa inquestionável e que isso está em desacordo com o processo padrão de avaliação clínica e diagnóstico que foram treinados para realizar em todos os outros encontros clínicos».
Segundo Edwards-Leeper, das dezenas de estudantes que formou como psicólogos, poucos parecem ainda estar a prestar cuidados relacionados com o género. Embora os seus alunos tenham abandonado a área por várias razões, «alguns disseram-me que não se sentiam capazes de continuar por causa da resistência, das acusações de serem transfóbicos, de serem a favor da avaliação e de quererem um processo mais minucioso», afirmou.
Eles têm boas razões para serem cautelosos. Stephanie Winn, uma terapeuta matrimonial e familiar licenciada no Oregon, recebeu formação em cuidados de afirmação de género e tratou vários pacientes transgénero. Mas em 2020, depois de se deparar com vídeos de detransição on-line, ela começou a duvidar do modelo de afirmação de género. Em 2021, pronunciou-se a favor de uma abordagem mais ponderada da disforia de género, instando outros profissionais da área a prestarem atenção aos detransicionados, pessoas que já não se consideram transgénero após terem sido submetidas a intervenções médicas ou cirúrgicas.
Desde então, tem sido atacada por activistas transgénero. Alguns ameaçaram enviar queixas à sua comissão de licenciamento dizendo que ela estava a tentar fazer com que as crianças trans mudassem de opinião através de terapia de conversão.
Em abril de 2022, a Comissão de Conselheiros e Terapeutas Profissionais Licenciados do Oregon informou Winn de que estava a ser investigada. O seu caso foi finalmente encerrado, mas Winn não trata mais menores e pratica apenas on-line, onde muitos de seus pacientes são pais preocupados com crianças trans-identificadas.
«Não me sinto segura em ter um local onde as pessoas me possam encontrar», disse ela.
As pessoas que detransicionaram dizem que apenas os meios de comunicação social conservadores parecem interessados em contar as suas histórias, o que as deixou expostas a ataques como se fossem instrumentos infelizes da direita, algo que frustrou e desanimou todas as pessoas detransicionadas que entrevistei. Estas são pessoas que já foram crianças trans-identificadas, que tantas organizações dizem estar a tentar proteger - mas quando mudam de ideias, dizem, sentem-se abandonadas.
A maior parte dos pais e dos médicos estão simplesmente a tentar fazer o que pensam ser melhor para as crianças envolvidas. Mas os pais que têm dúvidas sobre o actual modelo de cuidados sentem-se frustrados pelo que consideram ser uma falta de opções.
Os pais disseram-me que era difícil equilibrar o desejo de apoiar compassivamente uma criança com disforia de género e, ao mesmo tempo, procurar os melhores cuidados psicológicos e médicos. Muitos acreditavam que os seus filhos eram homossexuais ou que estavam a lidar com uma série de problemas complicados. Mas todos disseram que se sentiram obrigados por clínicos, médicos, escolas e pela pressão social a aceitar a identidade de género declarada pelos seus filhos, mesmo que tivessem sérias dúvidas. Temiam que a sua família fosse destruída se não apoiassem inquestionavelmente a transição social e o tratamento médico. Todos pediram para falar anonimamente, tão desesperados estavam para manter ou reparar qualquer relação com os seus filhos, alguns dos quais estavam actualmente afastados.
Vários dos que questionaram o auto-diagnóstico dos seus filhos disseram-me que isso tinha arruinado a sua relação. Alguns pais disseram simplesmente: «Sinto-me como se tivesse perdido a minha filha».
Uma mãe descreveu uma reunião com outros 12 pais num grupo de apoio para familiares de jovens trans-identificados, em que todos os participantes descreveram os seus filhos como autistas ou neurodivergentes. A todas as perguntas, a mulher que dirigia a reunião respondeu: «Deixem-nos fazer a transição». A mãe saiu em choque. Como é que as hormonas iriam ajudar uma criança com perturbação obsessivo-compulsiva ou depressão?
Alguns pais encontraram refúgio em grupos anónimos de apoio on-line. Nesses grupos, as pessoas partilham dicas sobre como encontrar prestadores de cuidados que explorem as causas da angústia dos seus filhos ou que se preocupem com a sua saúde e bem-estar emocional e de desenvolvimento em geral, sem cederem automaticamente ao auto-diagnóstico dos seus filhos.
Muitos pais de crianças que se consideram trans dizem que os seus filhos foram apresentados a influenciadores transgénero no YouTube ou no TikTok, um fenómeno intensificado para alguns pelo isolamento e pelo casulo on-line da Covid. Outros afirmam que os seus filhos aprenderam estas ideias na sala de aula, logo na escola primária, muitas vezes de forma acessível às crianças através de currículos fornecidos pororganizações de direitos trans, com conceitos como o Unicórnio de Género ou a Pessoa de Gengibre.
Fonte Continua: 'Queres um filho morto ou uma filha viva?
Grace Powell tinha 12 ou 13 anos quando descobriu que podia ser um rapaz.
Tendo crescido numa comunidade relativamente conservadora em Grand Rapids, Michigan, Powell, tal como muitos adolescentes, não se sentia confortável na sua própria pele. Era impopular e frequentemente vítima de bullying. A puberdade piorou tudo. Sofria de depressão e andava sempre a entrar e a sair da terapia.
«Sentia-me tão desligada do meu corpo, e a forma como ele se estava a desenvolver parecia-me hostil», contou-me Powell. Era a clássica disforia de género, um sentimento de desconforto com o seu sexo.
Ao ler sobre pessoas transgénero na Internet, Powell acreditou que a razão pela qual não se sentia confortável no seu corpo era porque estava no corpo errado. Fazer a transição parecia ser a solução óbvia. A narrativa que tinha ouvido e absorvido era a de que, se não se fizesse a transição, acabaria por se matar.
Aos 17 anos, desesperada por começar a terapia hormonal, Powell deu a notícia aos pais. Eles enviaram-na a um especialista em questões de género para se certificarem de que ela estava a falar a sério. No Outono do último ano do liceu, começou a tomar hormonas para a transição de sexo. Fez uma mastectomia dupla no verão anterior à faculdade e depois foi para o Sarah Lawrence College como um homem transgénero chamado Grayson, onde foi colocada com um colega de quarto masculino num piso para homens. Com 1,80 m de altura, sentiu que parecia um homem gay muito efeminado.
Em nenhum momento da sua transição médica ou cirúrgica, diz Powell, alguém lhe perguntou as razões da sua disforia de género ou da sua depressão. Em nenhum momento lhe perguntaram sobre a sua orientação sexual. E em nenhum momento lhe perguntaram sobre qualquer trauma anterior, pelo que nem os terapeutas nem os médicos souberam que ela tinha sido abusada sexualmente em criança.
«Gostava que tivesse havido conversas mais abertas», diz-me Powell, agora com 23 anos e detransicionada [1] «Mas disseram-me que há uma cura e uma coisa a fazer se este for o teu problema, e que isto te vai ajudar.»
Os progressistas retratam frequentemente o aceso debate sobre os cuidados a ter com os transexuais na infância como um confronto entre aqueles que estão a tentar ajudar um número crescente de crianças a expressar aquilo que acreditam ser o seu género e os políticos conservadores que não deixam as crianças serem elas próprias.
Mas os demagogos de direita não são os únicos que inflamaram este debate.
Os activistas transgénero têm promovido o seu próprio extremismo ideológico, especialmente ao insistirem numa ortodoxia de tratamento que tem enfrentado um escrutínio crescente nos últimos anos. De acordo com esse modelo de tratamento, espera-se que os clínicos afirmem a identidade de género de um jovem e até forneçam tratamento médico antes, ou mesmo sem, explorar outras possíveis fontes de sofrimento.
Muitos dos que pensam que é necessária uma abordagem mais cautelosa - incluindo pais liberais bem-intencionados, médicos e pessoas que foram submetidas a transições de género e posteriormente se arrependeram dos seus procedimentos - foram atacados como anti-trans e intimidados a silenciar as suas preocupações.
E enquanto Donald Trump denuncia a «insanidade de género da esquerda» e muitos activistas trans descrevem qualquer oposição como transfóbica, os pais no vasto meio ideológico da América podem encontrar pouca discussão desapaixonada sobre os riscos genuínos ou as contrapartidas envolvidas naquilo a que os proponentes chamam cuidados de afirmação de género.
A história de Powell mostra como é fácil os jovens serem apanhados pela atração da ideologia nesta atmosfera.
«O que deveria ser uma questão médica e psicológica transformou-se numa questão política», lamentou Powell durante a nossa conversa. «É uma confusão.»
[1] NT: detransicionado é um termo que expressa a pessoa que desistiu do seu processo de transição ou de se identificar com o sexo oposto, os efeitos, porém, do processo hormonal ou cirúrgico não são reversíveis.