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Identidade de Género - Ideologia ou ciência?

Todos os alunos e professores estão a levar com políticas ideológicas de género que anulam proteções baseadas no sexo ao dar prioridade aos sentimentos em vez da biologia.

Identidade de Género - Ideologia ou ciência?

Todos os alunos e professores estão a levar com políticas ideológicas de género que anulam proteções baseadas no sexo ao dar prioridade aos sentimentos em vez da biologia.

Feliz Natal!

Dezembro 24, 2024

Maria Helena Costa

Pode ser uma imagem de texto

600 anos antes, Isaías profetizou a vinda do Messias, Jesus Cristo, a este mundo:

Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.» (Isaías 9:6-7).

«E o Verbo [Jesus Cristo] que estava com Deus, e era Deus, fez-se carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade.» (Jo 1:1, 14). É isso que celebramos no Natal!

 

 

O escândalo médico que transforma crianças em eunucos

Dezembro 23, 2024

Maria Helena Costa

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Alguns médicos parecem ter-se rendido a uma agenda político-ideológica determinada a apagar a própria noção de masculino e feminino/homem e mulher.

A Maria era uma rapariga de catorze anos, inteligente e feliz, quando conheceu o seu primeiro namorado. «Encontrei o meu príncipe encantado e vamos ser felizes para sempre», dizia ela a toda a gente – até ele terminar tudo repentinamente.

Maria ficou destroçada e os confinamentos — por causa do Covid – pioraram as coisas. Triste, isolada no seu quarto, Maria passava os dias a navegar na Internet e, à medida que os confinamentos se arrastavam, tornava-se rabugenta, irritável e retraída.

 

Os tops e os calções de que tanto gostava foram substituídos por enormes sweatshirts com capuz e por calças de fato de treino igualmente grandes. Um dia, após o fim do confinamento, Maria foi cortar os seus belos cachos e chegou a casa com um corte de cabelo à escovinha. Pouco tempo depois, declarou que era um rapaz trans e exigiu que os seus pais a levassem a um psiquiatra (de lhe tinha sido aconselhado pelos influencers trans) a fim de que este afirmasse a sua nova identidade e lhe prescrevesse hormonas do sexo masculino (testosterona).

Durante milénios, a condição da Maria, agora designada por disforia de género, sempre foi tão rara que é improvável que tenhamos conhecido um único caso na escola onde andámos e na nossa vizinhança. Mas, na última década, o diagnóstico de «disforia de género» tem vindo a aumentar à velocidade da luz. De 11 menores, em 2018, para 239 menores, em Agosto de 2024. Se incluirmos adultos (maiores de 18 anos) os números são estarrecedores: 2795 pessoas, que se identificam como transgénero, já mudaram de nome e de sexo no cartão de cidadão. De acordo com a jornalista Marisa Antunes: «Em Portugal, a cada semana que passa, em média, 11 pessoas mudam de nome e género no Cartão de Cidadão. 61% são raparigas, segundo dados do Instituto dos Registos e Notariado. Um número que tem sido pouco destacado nos media apesar de revelar bem o aumento exponencial de pessoas a assumirem-se como trans, uma dinâmica que disparou desde a pandemia.»

O que é que mudou?

Porque é que a Maria acreditou que estava no corpo errado e que, sem medicamentos e cirurgias, nunca seria feliz?

Porque é que há médicos, no Hospital Egas Moniz, no Júlio de Matos e no Magalhães Lemos, por exemplo, a afirmarem que a ilusão da Maria é normal e a celebrar o aumento de casos?

Porque é que, após uma consulta de 15 minutos, recomendam às «Marias», que enchem os seus consultórios e engrossam as listas de espera, um tratamento que desfigurará e esterilizará os seus corpos saudáveis para sempre?

Antes de tentar responder a isso, deixe-me dizer-lhe o que não mudou:

  • O sexo é estabelecido no momento da concepção.
  • O sexo é permanente.
  • Embora o corpo da Maria possa ser retalhado e modificado, ela nunca será um rapaz. Nunca.

Mas, alguns médicos, aproveitando-se da confiança que a maior parte dos mortais tem em tão nobre profissão, parecem ter-se rendido a uma agenda político-ideológica determinada a apagar a própria noção de masculino e feminino/homem e mulher. Ordens, como a Ordem dos Psicólogos, por exemplo, tornaram-se porta-vozes das teorias radicais dos fanáticos do género: «Os indivíduos constroem a sua própria realidade. Se a Maria sente que é um rapaz, é um rapaz. As hormonas e as cirurgias são as únicas soluções para a disforia de género. Se a Maria quiser deixar crescer a barba e amputar os seios, tem esse direito fundamental».

Essas são as premissas dos chamados Cuidados de Afirmação de Género

Os seus proponentes afirmam que a sua abordagem se baseia em provas, mas as provas são, na melhor das hipóteses, frágeis, baseadas num pequeno estudo realizado na Holanda, há trinta anos, com apenas 55 indivíduos, cujo principal requisito de entrada era «sentirem uma grave angústia de género desde a primeira infância».

Os indivíduos que se submeteram ao estudo receberam bloqueadores da puberdade, hormonas do sexo oposto e, ocasionalmente, cirurgia. Ao fim de 18 meses, alguns indivíduos relataram uma pequena melhoria.

O estudo não tinha um grupo de controlo e nunca foi replicado, pelo que, por estas e muitas outras razões, é considerado imperfeitíssimo e muito pouco fiável. O «Protocolo Holandês», como é chamado, nunca teve como objectivo ser a base para ajudar todos os indivíduos angustiados com o seu sexo.

Mas foi isso que aconteceu. Um estudo minúsculo e defeituoso tornou-se a base da medicina afirmativa de género em todo o mundo. É um escândalo médico, uma catástrofe provocada por homens, que tem vindo a destruir muitas vidas – não só de crianças e jovens, mas também daqueles que os amam.

Médicos, que deveriam fazer tudo para proteger crianças vulneráveis como a Maria, são cúmplices desta atrocidade. Uns, com receitas médicas, outros, com um bisturi, todos a fazer o mal e a perguntarem a pais fragilizados se querem uma filha morta ou um filho vivo.

O pai de uma jovem diagnosticada com Disforia de Género de início Rápido [ROGD] denuncia:

«Os miúdos consumiram horas e horas de conteúdo online durante a pandemia em matéria de ideologia de género e consolidaram ideias de que o género não é binário, resulta da construção social, de que podem ser o que quiserem, inclusive mudarem de corpo. Mas estas ideias que lhes foram semeadas online, apenas germinaram porque adultos de referência como psicólogos, psiquiatras e professores lhes deram a sua validação».

Os médicos, e os políticos que lhes provêm clientela, deviam responder por crimes contra a humanidade.

Marisa Antunes, no seu artigo , defende que a ausência grosseira de uma abordagem sistémica para os diagnósticos clínicos tem causado um rasto de destruição na vida de muitas famílias e cita uma mãe:

Bastou uma consulta, apenas uma consulta, com o psiquiatra – de uma das unidades de medicina de género de Lisboa – para que ele encaminhasse a minha filha para o endocrinologista e a terapia hormonal […] Fiquei chocada. Nessa altura a minha filha estava a tomar antidepressivos e ansiolíticos fortíssimos… Sabendo da fragilidade mental da minha filha naquele momento, questionei-o sobre a razão pela qual estava a priorizar de imediato a identidade de género em detrimento da saúde mental, numa miúda que durante toda a sua vida nunca tinha tido qualquer problema com o seu corpo ou com a sua identidade […] demorou apenas 15 minutos para a minha filha receber o livre trânsito para as hormonas.

Mas há razões para ter esperança

A análise mais exaustiva dos Cuidados de Afirmação de Género foi recentemente encomendada pelo Serviço Nacional de Saúde da Grã-Bretanha.

A Dra. Hilary Cass, ex-presidente do Royal College of Pediatrics da Grã-Bretanha, analisou dados da clínica Tavistock Gender da Inglaterra, a maior do mundo até ser fechada em 2024.

O seu relatório é uma acusação contundente às práticas da clínica. Ela demonstra que não há provas de que as intervenções médicas beneficiem os jovens com problemas de género. O que os miúdos precisam, conclui a Dra. Cass, é de aconselhamento.

A Grã-Bretanha, a Noruega, a Finlândia, a Suécia e a Dinamarca deixaram essencialmente de fazer tratamentos médicos a adolescentes cujos corpos são 100% saudáveis e estão a concentrar-se nas suas mentes e corações.

Os Países Baixos, a França e a Bélgica não estão muito atrás. Em Março de 2024, em França, um relatório descreveu a mudança de sexo em menores como sendo potencialmente «um dos maiores escândalos éticos da história da medicina».

Entretanto, por cá, o ataque às crianças avança a todo o vapor e parece que só parará quando, tal como acontece em Inglaterra, houver 1000 jovens, mutilados e arrependidos, a processar o Estado e os médicos que os transformaram em eunucos.

Como é que podemos parar este comboio desgovernado?

Responsabilizando os políticos, que têm engendrado e aprovados as leis, e os médicos, que só pensam no lucro que poderão obter. Investiguem. Ouçam o outro lado do debate. Leiam o Relatório Cass (Cass H. A revisão de Cass. Abril de 2024); o Estudo Finlandês sobre saúde mental;  a declaração Doctors Protecting Children. Reconheçam que perderam o rumo. Compreendam que isto não tem nada que ver com compaixão ou direitos, mas sim com tirania. Enfrentem os rufias activistas. Manifestem-se contra o sacrifício de crianças no altar de uma agenda política perversa.

Deixe-me terminar como comecei: com a Maria. A sua história tem um final feliz. Os seus pais e um excelente psiquiatra – que não se acobardou perante a ameaça de leis recentemente aprovadas – salvaram-na do abismo no qual estava a cair.

Tragicamente, muitas outras Marias se têm perdido e outras estão presas na rede de uma seita religiosa que não perdoa aos infiéis e que os persegue sem dó nem piedade. É preciso salvá-las.

Publicado no Observador
 

Um relato incrível de uma ex jornalista da Visão

Dezembro 19, 2024

Maria Helena Costa

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 Um relato incrível de uma ex jornalista da Visão sobre mutilação genital e disforia de género que está a acontecer em Portugal com a conivência de todos os media.
 
«Há pouco mais de um ano afastei-me da Visão para a qual trabalhei cerca de quatro anos porque não conseguiria dormir descansada se não desse voz aos pais, jovens, médicos e psicólogos que me denunciaram aquele que é o maior escândalo médico dos tempos recentes: os processos-relâmpago de transição de sexo que andam a ser realizados no SNS e nas clínicas privadas, sem um diagnóstico fiável, ético e que hipotecam para sempre o futuro de um número indeterminado de jovens.
Duas peças foram feitas, naturalmente com autorização da direção, num espaço de ano e meio, mas nunca chegariam a ser publicadas. Após o segundo cancelamento, tomei a decisão de me afastar da Visão e não mais me calar, seja de que forma for, perante a atrocidade do que anda a ser feito a jovens que, em contágio social se assumem como trans, não sendo, mas que são medicados hormonalmente como tal e, pasme-se, intervencionados cirurgicamente.
Miúdas que são mastectomizadas e os seus úteros extirpados, rapazes que se tornam eunucos, sem que se perceba se sofrem de real disforia de género ou se têm traumas sexuais, doenças psiquiátricas ou outras que tais, bastando simplesmente a tal da autodeterminação de género... Histórias dantescas de esterilização de jovens (e que seguem uma tendência que é global) que toda a comunicação social sabe, mas cala. Uma náusea, portanto.
Por isso seja aqui no linkedin (que eu ativei quando saí da Visão), seja na concorrência (onde ainda se respira respeito pela ética jornalística), seja a uma escala mais pequena mas interventiva, como é o caso de plataformas como a do SALL, no texto em anexo, eu vou continuar a escrever e a denunciar o que se passa. Portugal tem de seguir o mesmo caminho da Suécia, Noruega, França, Reino Unido e tantos outros países que estão a colocar travão a fundo à medicina de género ideológica.»
 
- Marisa Antunes, Jornalista

Uma questão de género?

Dezembro 17, 2024

Maria Helena Costa

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Em Portugal, a cada semana que passa, em média, 11 pessoas mudam de nome e género no Cartão de Cidadão. 61% são raparigas, segundo dados do Instituto dos Registos e Notariado. Um número que tem sido pouco destacado nos media apesar de revelar bem o aumento exponencial de pessoas a assumirem-se como trans, uma dinâmica que disparou desde a pandemia. 

Desengane-se quem acha que não existe contágio social neste fenómeno. Por mais que os transativistas o afirmem, Portugal não está numa bolha e segue, apenas, uma infeliz tendência que já levou vários países a colocar travão a fundo na abordagem que durante os anos mais recentes acabou por desencadear uma crise identitária de que não há memória, junto dos mais jovens.

Com os media nacionais ainda muito alinhados com as organizações ativistas LGBT, existe um total vazio informativo sobre este fenómeno identitário mas que é urgente contornar em nome da verdade dos factos. É por isso uma autêntica lufada de ar fresco saber que a SALL – Associação de Defesa de Liberdade, pretende aprofundar o tema e estimular o debate público, urgente, tendo em conta os impactos irreversíveis a que se sujeitam estes jovens em questionamento identitário. 

O anúncio foi feito no II Simpósio do SALL, que se realizou recentemente em Lisboa, no auditório da CUF Tejo, e que reuniu diversos oradores em torno do tema “Uma questão de género?”. 

Ao longo de um dia inteiro, especialistas de variadas áreas partilharam conhecimento e experiências que permitiram concluir que a sociedade portuguesa não pode continuar a ver vedado o seu direito de informação num tema tão fraturante. 

É urgente dar voz a psiquiatras como Pedro Afonso, ou a psicólogos como Joana Amaral Dias, que nas suas intervenções lembraram a complexidade do diagnóstico de disforia de género e da necessidade de compromisso ético e clínico com os seus jovens pacientes, tendo em conta, o que está em causa. E, acima de tudo, é fundamental não negar as evidências a troco de pressões ideológicas e perceber “que os contágios sociais – como sucede com o fenómeno trans – não são alheios à psicologia”, bem pelo contrário, como bem sublinhou Joana Amaral Dias, dando como exemplo a anorexia.

Mais de 50 géneros

Numa sociedade em que se normalizou a ideia não fundamentada cientificamente de que o género não é binário e que resulta apenas de uma construção social, como acontece em Portugal com o conceito de identidade de género a ser transmitido nas escolas, Pedro Afonso alertou também para os riscos da lei da autodeterminação de género, no atual contexto ideológico onde os ativistas chegam a defender “a existência de mais de 50 géneros”. 

O psiquiatra lembrou que na origem desta desinformação está a retirada da “disforia de género” da lista de doenças mentais constante da Classificação Estatística Internacional de Doenças feita pela OMS (CDI-11), que sempre foi considerada uma doença psiquiátrica (DSM5). Esta “despatologização” da disforia, com a consequente dispensa de relatórios psiquiátricos e que no passado eram essenciais para iniciar os processos de transição, abriu portas aos auto-diagnósticos dos pacientes, muito deles demasiado imaturos ou mentalmente instáveis para tomar decisões tão irreversíveis. “Há situações clínicas que se podem confundir com a designada perturbação de identidade sexual (“disforia do género”) como são, por exemplo, os casos da perturbação dismórfica corporal, em que a pessoa tem uma percepção errada do seu corpo”, exemplificou ainda Pedro Afonso, lembrando que a utilização na disforia de género de terapias hormonais em crianças e adolescentes, sem base científica, como é o caso dos bloqueadores da puberdade, provavelmente ficará como um dos grandes escândalos médicos da história da Humanidade, a par da Lobotomia, que deixou um rasto trágico de vítimas.

Algumas das intervenções do simpósio ficaram a cargo dos juristas. Teresa de Melo Ribeiro assegurou o enquadramento jurídico das atuais leis que regem e cruzam as questões de identidade de género desde 2011 até à atualidade. Portugal foi absolutamente inovador em matéria legislativa – o que revela bem a influência do lobby LGBT – e aprovou, em 2011, a primeira lei – nº 7/2011 – “de identidade de género” do mundo. Foi a primeira a não exigir qualquer transformação corporal para o reconhecimento legal de nome e menção ao sexo nos documentos de identificação.

Várias outras propostas e alterações legislativas se seguiram, com impacto não só  na regulamentação da mudança de nome e menção ao sexo nos documentos de identificação, mas também no Estatuto do Aluno (2012), no Código Penal (2013) ou no Código do Trabalho (2015). 

A “inovadora” lei de 2011 tinha, porém, um senão (para os transativistas, claro) –  o registo obrigava à inclusão de um relatório médico que comprovasse o diagnóstico de perturbação de identidade de género, também designada como transexualidade, elaborado por uma equipa clínica multidisciplinar de sexologia clínica em estabelecimento de saúde público ou privado, nacional ou estrangeiro, relatório esse que tinha de ser subscrito pelo menos por um médico e um psicólogo. 

E, por isso, em 2018, quase sem debate público, é aprovada pela Gerigonça e o executivo PS, então no poder, a Lei nº 38/2018, de 07.08, que veio estabelecer “o direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género e o direito à proteção das características sexuais de cada pessoa”, fixando novas regras para o, agora denominado, procedimento de “reconhecimento jurídico da identidade de género”. Assim, “o diagnóstico médico de perturbação de identidade de género deixou de ser exigido, passando a identidade de género a ser livremente auto-percebida, auto-atribuída e auto-determinada”, explicou ainda a jurista. 

Outros avanços ideológicos foram acontecendo de que é exemplo a lei da autodeterminação de género nas escolas e que permite a transição social dos alunos, até sem o consentimento os pais, uma proposta de lei que foi vetada pelo presidente da República, mas que está em prática em vários estabelecimentos escolares, dos quais o exemplo mais flagrante é a escola artística António Arroio, em Lisboa, como pude comprovar junto de pais cujos filhos frequentaram ou ainda frequentam a instituição. 

Recorde-se que a transição social é considerada uma intervenção psicológica e que não deveria ser feita de forma ‘ad-hoc’, sem um acompanhamento especializado e sem o devido diagnóstico, acarretando riscos para os jovens envolvidos, como bem sublinhou Hillary Cass, no Cass Review ou Stella O’Malley, psicoterapeuta irlandesa, fundadora da Genspect que tive oportunidade de entrevistar recentemente. No Cass Review, refere-se expressamente que uma criança que é incentivada a uma transição social, sem o devido diagnóstico médico e sem o consentimento dos pais tem maior probabilidade de ter uma trajetória alterada, levando a uma intervenção médica que terá implicações para toda a vida. 

António Costa não deixaria o Governo sem antes aprovar, às pressas, a lei contra as terapias de  conversão sexual, uma legislação controversa e que iniciativas similares em outros países têm gerado aceso debate. Por cá, mais uma vez, não terá despertado grandes comoções, salvo alguns esforços individuais para alertar a sociedade.

Um dos artigos mais polémicos da dita lei sublinha que “quem submeter outra pessoa a atos que visem a alteração ou repressão da sua orientação sexual, identidade ou expressão de género (…), é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa, se pena mais grave não lhe couber por força de outra disposição legal”. Uma ameaça levada à letra pelos profissionais de saúde mental que atualmente se sentem coagidos a se resignarem ao papel de meros ouvintes e confidentes nas consultas a pessoas com questionamentos identitários, ficando assim obstruído o diagnóstico clínico…  

Recorde-se que no célebre Cass Report, a investigação que resultou do encerramento da maior clínica de género da Europa (a GIDS) integrada no hospital britânico Tavistock, por denúncias de negligência médica, foi possível apurar que muitas das crianças e jovens intervencionados hormonal e cirurgicamente, pura e simplesmente, viram as suas comorbilidades mentais relegadas para segundo plano, como por exemplo, o autismo, traumas sexuais ou depressões profundas.  

Crianças retiradas aos pais 

Em destaque também no simpósio e ainda do foro jurídico foram os casos práticos apresentados pelos juristas da própria associação SALL – que, recorde-se, foi criada para defender a liberdade de educação, de expressão e religiosa por vias judiciais, e da a Alliance Defending Freedom (ADF) International.

Guillermo Morales Sancho veio apresentar um dos casos mais dramáticos que a ADF International acompanha, em representação dos pais contra o Estado suíço que lhes retirou a custódia da filha menor porque se recusaram a validar a sua autodeterminação de género surgida inesperadamente na pandemia, numa altura em que a criança passou por uma severa depressão. 

A jovem fez o ‘coming-out’ como trans na escola e foi imediatamente validada pela comunidade educativa, a psicóloga escolar e uma associação LGBT, entretanto envolvida no processo de transição social. Os pais não consentiram nesse processo e iniciou-se aqui uma batalha judicial com o apoio da ADF International. 

A criança foi retirada aos pais pela Comissão de Proteção de Menores e estes têm tentado desesperadamente travar, o tratamento hormonal (bloqueadores hormonais) que o hospital pretende iniciar junto da menina.  

O caso tornou-se mediático a uma escala planetária e o vídeo que relata este drama já atraiu mais de 66 milhões de visualizações, uma das quais de Elon Musk, que, como se sabe, entende bem esta angústia. O homem mais rico do mundo partilhou o vídeo na sua conta X e escreveu – “Isto é insano. Este vírus suicida está a espalhar-se por toda a Europa Ocidental”.  

Por cá não surgiram ainda, de forma pública, casos desencadeados judicialmente por pais, mas posso adiantar que também já existem processos de menores retirados aos seus progenitores por denúncias desencadeadas por psicólogos escolares tendo por base o argumento de “maus tratos psicológicos”.

Ao SALL têm chegado outro tipo de pedidos de ajuda mas também associados a questões de identidade de género. Um dos mais recentes envolveu uma queixa feita por um colégio internacional localizado em Lisboa, contra os pais que recusaram ver os filhos a participar na marcha de Orgulho Gay e a integrar uma peça de teatro sobre pessoas transgénero, iniciativas promovidas pela escola. Perante a recusa dos pais, a direção da escola resolveu denunciar  o caso à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), um processo desencadeado sem o seu conhecimento. 

Foi por isso com profunda surpresa que esta família foi notificada pelo Tribunal de Família e Menores com uma medida cautelar que visava identificar indícios de violência doméstica tendo por isso envolvida a auscultação das cinco crianças que fazem parte do agregado familiar. 

Ao SALL coube representar e acompanhar a família em todo o processo que acabaria por ser arquivado. 

Trans em modo instantâneo

Ainda a processar todo o impacto danoso de diagnósticos apressados feitos por psicólogos e psiquiatras afirmativos e que pouco tentaram saber sobre as reais causas da disforia dos seus filhos, está um grupo de pais que resolveu criar o movimento cívico Juventude em Transição e que também se fez representar no simpósio. 

Este movimento, que reúne além dos progenitores de jovens em questionamento identitário, também pessoas em destransição, psicólogos e outros profissionais, apela a uma intervenção menos medicalizada e mais focada na psicoterapia. A Juventude em Transição (JeT) é também o grupo oficial de pais portugueses integrados na rede da Genspect, organização internacional presente em 25 países e que tem vindo a alertar para a toxicidade ideológica que gangrena a medicina de género.

As histórias de todos eles são muito similares: os filhos (maioritariamente são meninas) nunca tiveram sinais de incongruência de género durante a infância, passaram de um momento para o outro para uma identidade trans durante a pandemia e após um período de grande ansiedade e depressão. São jovens com notas acima da média e uma boa parte frequenta escolas de ensino integrado na área das Artes. Apesar do elevado QI, são muito imaturas e dadas a pensamentos profundos e existenciais. Em todos os casos que ouvi, a escola teve um papel fundamental na transição social e os professores adotaram o nome social, alguns deles sem o consentimento dos pais. Os psicólogos, alguns deles escolares, tiveram um impacto determinante na consolidação da ideia da identidade de género como pessoa trans. 

Do auto-diagnóstico e validação dos pares e adultos de referência, estes jovens partem rapidamente para uma transformação física. De meninas femininas à criação de uma espécie de alter-ego masculino, que implica um novo corte de cabelo e roupas de homem, é um ápice.

O comportamento afetivo para com a família também muda drasticamente tornando-se inesperadamente distantes se os pais não acederem de imediato às suas exigências que podem ir da adoção do nome social, o autoatribuído, até ao anúncio de que pretendem tomar hormonas e efetuar mastectomias e histerectomias (extirpação do útero). Assim, de um momento para o outro… 

Este comportamento padronizado é decalcado do que é promovido por influencers online (alguns com milhões de seguidores em redes sociais como o Tiktok) e acompanha as tendências de outros países ocidentais onde o fenómeno ROGD (Rapid Onset Gender Dysphoria, à letra Disforia de Género Espontânea), está mais desenvolvido. 

A investigadora Lisa Littman estudou a fundo o contágio social e cunhou o termo ROGD mas foi a jornalista Abigail Shrier que  lhe deu escala meteórica ao escrever detalhadamente sobre esta espécie de culto no seu premiado livro, muito odiado pelos transativistas – “Irreversible Damage, The Transgender craze seducing our daughters – e que já levou vários países a colocar travão a fundo na chamada abordagem afirmativa (que assenta em terapias hormonais e cirurgias de redesignação de sexo), entre os quais o Reino Unido, Bélgica e os Países Baixos , Suécia, Noruega, França ou a Dinamarca, por exemplo. 

“Os miúdos consumiram horas e horas de conteúdo online durante a pandemia em matéria de ideologia de género e consolidaram ideias de que o género não é binário, resulta da construção social, de que podem ser o que quiserem, inclusive mudarem de corpo. Mas estas ideias que lhes foram semeadas online, apenas germinaram porque adultos de referência como psicólogos, psiquiatras e professores lhes deram a sua validação”, atira um pai de uma jovem ROGD, à margem do simpósio.   

De facto, a ausência grosseira de uma abordagem sistémica” para os diagnósticos clínicos têm causado um rasto de destruição na vida de muitas famílias. 

“Bastou uma consulta, apenas uma consulta, com o psiquiatra – de uma das unidades de medicina de género de Lisboa – para que ele encaminhasse a minha filha para o endocrinologista e a terapia hormonal”, contou “Maria”, uma outra mãe do JeT, que pede o anonimato.

“Fiquei chocada. Nessa altura a minha filha estava a tomar antidepressivos e ansiolíticos fortíssimos… Sabendo da fragilidade mental da minha filha naquele momento, questionei-o sobre a razão pela qual estava a priorizar de imediato a identidade de género em detrimento da saúde mental, numa miúda que durante toda a sua vida nunca tinha tido qualquer problema com o seu corpo ou com a sua identidade…”, recorda esta mãe, acrescentando que demorou apenas 15 minutos para a filha receber o livre trânsito para as hormonas. 

Numa altura em que as consultas de género dispararam nas unidades especializadas e que se registam aumentos históricos de mudança de nome e género no Cartão Cidadão – um fenómeno transversal aos países ocidentais, confirmando que existe contágio social online –  é, pois, urgente rever abordagens terapêuticas à luz das novas recomendações de boas práticas. 

E é urgente traçar o retrato claro, sem subterfúgios e bloqueios, do que está efetivamente a acontecer em Portugal, de que forma e por que meios, estatais e privados. Muitas clínicas privadas encheram-se inesperadamente de clientes num rentável filão que muitas vezes é até financiado por campanhas de “GoFund me”,  o que permite que estes jovens, mesmo sem o apoio dos pais e financeiramente depauperados, consigam avançar com as cirurgias de mudança de sexo.  

Refira-se que este ano e até agosto, 365 pessoas mudaram de género e nome no cartão de cidadão, uma média de 11 por semana, das quais 61% foram raparigas a transacionar para rapazes. No ano passado chegaram às 529 pessoas, uma média de 10 por semana (uma delas menor). Já em 2022, a mudança tinha sido requerida por 519 pessoas, um aumento de 30% em relação a 2021, ano onde o acréscimo já tinha sido bastante significativo em relação a 2020, em cerca de 70%.

Nesta espiral de números urge perceber quem precisa realmente de se encharcar em hormonas e perder partes saudáveis do seu corpo ou simplesmente receber psicoterapia.  

Um tema controverso que está longe de reunir consensos mas cuja sensibilidade torna incontornável uma maior reflexão e debate. As crianças e jovens com crises identitárias agradecem.

Artigo publicado na SALL

 

 

As mulheres não ganham menos do que os homens

Dezembro 17, 2024

Maria Helena Costa

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Hoje, em pleno século XXI, haverá empregados e patrões que acreditem que não se deve pagar salário igual por trabalho igual?

O activismo feminista/marxista não dá descanso às mulheres. A narrativa não muda, os mitos são os mesmos desde mil-novecentos-e-troca-o-passo e o ensino, do pré-escolar à universidade, apresenta o feminismo como «movimento libertador» de «emancipação da mulher» que «defende a igualdade de direitos para a mulher», blá, blá, blá. O feminismo é matéria incontornável, mas isso não devia escancarar as portas da Escola à militância feminista, político/partidária, de esquerda, que vigia, criminaliza, pune e discrimina todos os que não concordam com os seus pressupostos ideológicos.

A Escola não pode continuar a violar o art.º 43.º da Constituição da República Portuguesa e a ser palco para o marxismo cultural e para a revolução sexual, que persistem em vitimizar as coitadinhas das mulheres «oprimidas» e em diabolizar os malvados dos homens «opressores».

Os nossos rapazes não podem continuar a ser vítimas de bullying, na Escola, onde são constantemente rotulados de: «carrascos das mulheres», «opressores», «violadores em potencial», que devem ter prazer em ver a sua masculinidade desconstruída e o seu desejo sexual e o seu jogo de sedução criminalizados. Não, não estou a exagerar. De acordo com o cânones do feminismo, vertidos nos guiões de género e cidadania e constantemente repetidos pelas muitas associações lgbt+ & CIA que entram livremente nas escolas para endoutrinar os alunos, os rapazes (caso não se identifiquem com uma das letras do abecedário colorido) são pressionados a odiar a sua «masculinidade tóxica» e a militarem ao lado das feministas em favor da sua própria destruição. Tudo isto, claro, só se aplica ao homem branco Ocidental, pois a Oriente, onde as mulheres são de facto oprimidas e não têm quaisquer direitos, está tudo bem e recomenda-se.

As nossas meninas também não podem continuar a ser presas fáceis de feministas militantes e a ter a mente lavada, contra o homem, o casamento e a família, nem serem obrigadas a militar no feminismo. Actualmente, muitas meninas, atraídas pelo feminismo desde a mais tenra idade, acreditam que vivem numa sociedade patriarcal, machista, opressora, e que têm uma grande dívida de gratidão ao movimento feminista.

Isso não é verdade. A Escola, por exemplo, tornou-se acessível a toda a população – homens e mulheres – por causa da Igreja, muito especialmente após a Reforma Protestante. Não é por acaso que os países de maioria protestante são os mais alfabetizados. Isso é um facto histórico. Portanto, o ensino para as mulheres não é uma conquista do feminismo, mas sim de uma Instituição que as feministas odeiam e combatem, a Igreja.

E o direito ao voto?

Sobre o direito ao voto, a história também está mal contada. Já pesquisou quais eram as condições para os homens votarem? Não, não bastava ser homem. Era preciso, por ex., ter o serviço militar obrigatório completo, algo que as mulheres nunca foram obrigadas a fazer. E, já agora, sabe quem foi Borges de Barros? Foi o primeiro homem a pedir o direito ao voto para as mulheres, em 1822, neste cantinho à beira-mar plantado.

E a liberdade sexual?

As feministas sempre quiseram a «liberdade» sexual que, segundo elas, era permitida apenas aos homens, mas nunca aceitaram a responsabilidade de uma vida sexual libertina. Por isso, o aborto tornou-se um objectivo urgente e matar os filhos, no ventre, passou a ser o meio para um fim. O feminismo é a perversão e subversão da própria mulher e o meu intuito, neste artigo, é desmascarar um dos mitos que prevalece e que, recentemente, voltou a ser noticiado com pompa e circunstância: As mulheres ganham menos do que os homens. Aliás, há até feministas a insurgirem-se contra o «facto» de que as mulheres não só ganham menos do que os homens como pagam mais pelo seguro de vida e pelos cortes de cabelo.

Parece tão injusto, não parece? Mas, será que o é?

Sobre os cortes de cabelo, creio que nem preciso tecer comentários, mas as mulheres pagam mais pelo seguro de vida devido a um facto indesmentível: elas vivem mais tempo do que os homens. Apesar de o título da notícia vir carregado de viés ideológico, a verdade é que «em média, os homens podem esperar viver até aos 78,05 anos, enquanto as mulheres têm 83,52 anos de esperança média de vida».

Existe também uma explicação razoável para o facto de, em comparação aos homens, as mulheres ganharem menos 13,2% .

As contas feitas pelas feministas compararam os ganhos de todos os homens que trabalham pelo menos 35 horas por semana com os de todas as mulheres que trabalham 35 horas ou mais. Elas não se dão sequer ao trabalho de analisar se eles têm mais anos de serviço do que elas, se são mais qualificados, se fazem exactamente o mesmo trabalho, as condições de trabalho e os riscos que, normalmente, são maiores para os homens, se eles fazem mais horas extra do que elas ou se eles faltam menos ao serviço.

Quanto aos riscos, os números são claros: «Os acidentes de trabalho são mais frequentes e graves no sexo masculino, não só devido ao tipo de tarefas que existem nos postos assumidos predominantemente por este género, mas também devido à personalidade e influência da sociedade e cultura que, geralmente, incentiva mais neste contexto a necessidade de desafiar o perigo e/ou ser mais aceitável não cumprir as regras». (Não sei se os autores do estudo estão a insinuar que as mulheres são todas muito obedientes, ou se querem apenas arranjar desculpas para o facto de os homens sofrerem mais acidentes de trabalho, mas o facto é que os dados não mentem.)

Resumindo: Retirada do contexto da vida real, a estatística, sobre a «diferença salarial» entre homens e mulheres, é grosseiramente enganosa, pois essa aparente diferença não nasce de qualquer discriminação, mas sim de diferentes escolhas de vida.

A «diferença salarial entre ambos os sexos» nada mais é do que o reflexo da liberdade de que as mulheres usufruem, que não só lhes permite escolher a educação e a ocupação que desejam como um ambiente de trabalho e um horário que se encaixem nas suas necessidades e desejos. Sob essa perspectiva, a disparidade salarial é algo a ser celebrado, não lamentado.

Um estudo realizado pela CIG [Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género] reconhece que «as mulheres trabalham profissionalmente, em média, menos horas do que os homens». Ou seja, as horas trabalhadas, por si só são responsáveis ​​por pelo menos metade da diferença salarial. Isso, sem falar em variáveis adicionais como: experiência, sector e nível de cargo e também de factores mais difíceis de mensurar, como horários de trabalho flexíveis e benefícios generosos que as mulheres tendem a valorizar mais do que os homens. Afinal, qual é o homem que tem direito a faltar justificadamente ao trabalho, sem perda de direitos, caso sofra de dores incapacitantes? E a tal da licença menstrual, que pode ser aprovada a qualquer momento?

Ai e tal, mas os homens não sofrem de endometriose e não menstruam. Não? Ao contrário da maior parte dos políticos de esquerda e da direita que a esquerda tolera, eu sei que não, mas, de «boas intenções» está o inferno cheio e, aceitemos ou não, as mulheres têm vindo a ser penalizadas por políticas públicas que, em vez de as proteger, as transformam em frágeis vidrinhos e levam qualquer empresário a pensar duas vezes antes de as contratar.

Por falar em empresários, qual é o idiota do empresário que paga mais a um homem, só por ser homem? Se é verdade que as mulheres ganham menos do que os homens – pelo mesmo trabalho, tempo de serviço, carga horária e condições – o que levará aqueles que a esquerda acusa de só pensarem no lucro a contratar homens? Eis aqui um caso de estudo!

Voltando ao dogma feminista, e apesar das evidências esmagadoras de que a chamada disparidade salarial é, na verdade, uma questão de escolha, as feministas insistem em que os seus comparsas com assento na Assembleia da República intervenham e «consertem» o problema inexistente. E isso é um problema por si só, porque as soluções propostas acabarão sempre por prejudicar os trabalhadores — homens e mulheres.

Foi o que aconteceu quando a Dinamarca tentou reduzir a tal disparidade salarial e exigiu que as empresas informassem o valor dos ordenados por sexo e raça.

A princípio, parecia estar a funcionar uma vez que a diferença salarial nessas empresas caiu 2 pontos percentuais. Mas, e há sempre um «mas», rapidamente se percebeu que a lacuna havia diminuído não porque as empresas tivessem aumentado os ordenados das mulheres, mas sim porque haviam reduzido os dos homens. Assim, os trabalhadores não ficaram em melhor situação e a produtividade das empresas também caiu.

Hoje, em pleno século XXI, haverá empregados e patrões que acreditem que não se deve pagar salário igual por trabalho igual? D-U-V-I-D-O!

Qualquer lei que incentive as empresas a promulgar escalas salariais rígidas e empregos uniformes, que não atendem às necessidades de muitas mulheres (e homens), está condenada ao fracasso.

Não funcionou na Dinamarca e não funcionará aqui. Em vez de gerar salários mais altos para as mulheres — algo que elas podem disfrutar livremente em virtude da sua produtividade — quaisquer projectos de lei nesse sentido levarão à redução dos salários de todos os trabalhadores e, com o incentivo do colectivo feminista e de toda a esquerda no sentido de encorajar as mulheres a verem diferenças salariais onde elas não existem de facto e a queixarem-se dos patrões, algumas empresas deixarão de contratar mulheres, como forma de evitar processos infundados, mas sempre chatos e dispendiosos.

Há também uma grande desvantagem em fixar salários rígidos.  Qual é o incentivo para produzir mais quando o colega do lado produz menos e ganha exactamente o mesmo? Não é preciso ser excepcionalmente bom em economia para perceber que o pagamento baseado em desempenho produz um aumento de 6 a 10% na produtividade. Qual é o trabalhador que não se empenharia mais, se visse esse empenho traduzido em mais dinheiro ao fim do mês?

Salários estagnados ou mais baixos, perda de flexibilidade e redução da produção económica — esse é o alto preço a pagar por políticas marxistas, que, neste caso, diabolizam os patrões e vitimizam as mulheres.

Não estou a afirmar que a discriminação salarial baseada e sexo e na cor da pele seja inexistente, mas quem enfrenta essa discriminação tem a lei e o livre mercado — que penaliza empregadores que discriminam — do seu lado.

Em vez de promover a narrativa desonesta de que as mulheres ganham menos que os homens, por fazerem exatamente o mesmo trabalho, vamos celebrar o que as mulheres têm vindo a ganhar, vamos promover políticas que aumentem as oportunidades e os ordenados para todos os trabalhadores e livrar-nos do feminismo, pois, como alguém escreveu:

O feminismo quer mulheres que militem por causas políticas especificamente de esquerda, não por igualdade e/ou direitos da mulher, como costuma dizer. É evidente que, além da capacidade de apropriação histórica e da dissimulação dos factos, uma das características do feminismo é roubar a voz da mulher para o movimento, transformando qualquer discurso feminino em discurso feminista. Os média dificilmente dão espaço para que mulheres independentes questionem as contradições que envolvem o movimento, e cada vez fica mais difícil desassociar o feminismo da mulher. Aos poucos, a colectivização da mulher apaga a individualidade feminina e extingue a sua capacidade de falar independente do movimento, que embora algumas feministas tentem negar, é de facto um movimento político e partidário exclusivamente de esquerda. A promoção da agenda feminista corresponde aos ideais socialistas e já não há como tentar esconder. 

Publicado no Observador 

 
 

O Transgenerismo protege o pior tipo de homem

Dezembro 14, 2024

Maria Helena Costa

O Trangenerismo protege o pior tipo de homem.
Ele era activo na comunidade LGBT local antes da sua prisão e fez campanha on-line para arrecadar dinheiro alegando sofrer de disforia de género: «Olá, o meu nome é Chloee, e tenho disforia de género. Nasci homem, mas desejo ser mulher. O meu objectivo é fazer a transição para uma mulher completamente, e esses fundos iriam para que eu fosse para Londres e pagasse as consultas.»
Ele já era um criminoso sexual com registo criminal depois de ser apanhado na posse de pornografia infantil da Categoria A, que é definida como retratando «actividade sexual penetrativa, actividade sexual com um animal ou sadismo» - mas tinha sido ilibado.
Em Agosto, foi preso por criar pornografia infantil e por contactar uma menina de 9 anos como o propósito de abusar dela sexualmente.
 

As crianças estão desprotegidas e sob ataque cerrado

Dezembro 14, 2024

Maria Helena Costa

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O Estado não pode programar a educação e a cultura segundo quaisquer diretrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas. (Art.º 43.º, ponto 2. da Constituição da República).

Nunca, como hoje, a atenção dos pais quanto à educação ministrada na Escola foi tão necessária.

O socialismo, violando reiteradamente a Constituição da República Portuguesa, transformou a escola estatal (públicas, são todas as que estão abertas ao público) numa linha de montagem da qual os alunos têm de sair com um pensamento uniformizado, socialista, ateu, anti-Deus e anti-direita. Nesse sentido, e dentre muitos temas puramente ideológicos, destaco a ideologia de género que é uma espécie de «colonização ideológica» e uma verdadeira «máquina de propaganda woke».

Não se deixe enganar. Adolf Hitler e Estaline morreram, mas não faltam ditadores sanguinários, disfarçados de democratas, a tramar projectos de morte que desfiguram o homem e a mulher, com o propósito de destruir a criação de Deus e o cristianismo. Esse é o principal objectivo da ideologia de género, que tem a sua génese no marxismo e que visa eliminar a família como estrutura privada e capaz de formar a consciência da pessoa. É isso que nos é dito no Manifesto Comunista de 1848:

 

Mas o comunismo suprime as verdades eternas, suprime toda a religião e moralidade, em vez de as constituir sobre uma nova base; portanto, actua em contradição com toda a experiência histórica anterior… [Os comunistas] declaram abertamente que os seus objectivos só podem ser alcançados mediante a violenta deposição de todas as condições sociais existentes. 

A batalha de Marx sempre foi contra Deus e contra a Sua primeira instituição – a família – e isso fica muito claro nos seus escritos: «O segredo da Sagrada Família é a família terrena. Para fazer desaparecer a primeira, a segunda deve ser destruída, na teoria e na prática». (Marx-Engels-Gesamtausgabe, vol. 3, 6).

Hoje, trinta e três anos depois da queda da União Soviética comunista, temos a Escola “profetizada” por Gramsci: «uma instituição destinada, por missão histórica, a preparar o novo intelectual para a sociedade socialista».  É com essa finalidade que, entre os ideais comunistas de sociedade (que levaram ao genocídio de milhões de pessoas), a Escola incute na mente das crianças que não nasceram meninos nem meninas, que a família as enganou ao “atribuir-lhes” um sexo, que os pais são retrógradas e lhes impõem a sua vontade, o seu modelo sexual e a sua religião castradora, a cristã. Assim, confundem e formatam a mente das crianças de tal modo que elas se sentem enganadas, revoltadas e deixam de confiar na família. Ora, eliminar o relacionamento familiar é eliminar o conceito de PESSOA.

O caminho para isso está criado:

Um sistema educativo pedagógico que incuta na mente da criança que só ela pode «decidir» se é homem ou mulher. Essa suposta decisão gera um aniquilamento da pessoa, substituindo-a por alguém sem identidade.

Desconstruir a origem e o significado do casamento monogâmico, promovendo o chamado «poliamor» (que todos conhecemos como bacanal ou poligamia), onde as pessoas podem estabelecer «casamentos» ou «uniões de facto» abertas a outros parceiros e a toda a sorte de perversões e parafilias, tem vindo a ser normalizado. O fim da família será só a consequência.

Eliminar do espaço escolar todo o tipo de relação com a religião e com Deus, o que equivale a implantar o ateísmo ou a religião do anti-Cristo.
Não é por acaso que a ideologia de género tem vindo a ser implementada em todo o Ocidente, nas escolas, do infantário ao secundário.

O objectivo?  

Criar uma geração que assimile esta ideologia e a viva. Para isso, é necessário retirar as crianças do lar cada vez mais cedo (não falta muito para as crianças serem OBRIGADAS a ingressar nas creches aos 3 anos), pois os activistas sabem elas não têm defesas, que o seu senso crítico ainda não se desenvolveu e que, por isso, é fácil manipulá-las, subvertê-las e aliciá-las.

A introdução dessa ideologia na prática pedagógica das escolas tem vindo a trazer consequências desastrosas para a vida das crianças e das famílias e o mais grave é que ela entrou silenciosamente nos conteúdos escolares sem que os maiores interessados, que são os pais e educadores, tenham sido tidos nem achados.  «Educação e Cidadania» ou «Cidadania e Desenvolvimento», a famosa disciplina que se tornou obrigatória no ano lectivo 2018/2019, foi só o cavalo de Tróia visível, pois a ideologia é transversal a todas as disciplinas e já estava nas escolas em 2017. É isso que se lê no Referencial de Educação para a saúde:

A sexualidade está presente no nosso dia-a-dia e, por isso, a sua abordagem não pode estar confinada a uma “disciplina”. Sendo a Escola um lugar habitado por crianças e jovens, cujas idades são atravessadas pelos fenómenos de transformação corporal e psicológica ligados ao crescimento natural, é nela que se vivem alguns dos primeiros e mais impressivos sentimentos e emoções decorrentes do desenvolvimento sexual. A sexualidade é vivida pelas crianças e jovens de formas diversas, de acordo com a vivência familiar, escolar e enquadramento socioeconómico.

Nos vários ambientes que a escola proporciona os alunos experimentam a sua sexualidade, quer seja nas suas brincadeiras, no estudo e nos namoros, mas também na relação com os docentes e trabalhadores da escola. Ela está presente nas conversas, nos jogos, nas quezílias, mas também nos conhecimentos científicos. 

A educação para a sexualidade para ter os resultados desejáveis terá de dirigir-se à escola como um todo, penetrar em todos os seus ambientes, envolver todos os seus membros, aproveitar todos os momentos para, através de acontecimentos emocionais estruturados, construir modelos que promovam os valores e os direitos sexuais, sobre os quais os jovens possam desenvolver a sua própria identidade e o respeito para com os outros.

As crianças «experimentam a sua sexualidade, nas suas brincadeiras, no estudo e nos namoros, mas também na relação com os docentes e trabalhadores da escola.»? «Para ter os resultados desejáveis» por quem?

Por favor, entenda:

A Educação Integral em Sexualidade não é uma educação sexual baseada na moral, na ciência e na biologia, mas sim numa ideologia e nas ciências humanas e sociais de sociólogos pró LGBTQIA+, que conta com o apoio e contributo da maior rede de Clínicas de aborto do mundo: a International Planned Parenthood Federation – IPPF.  Os objectivos de quem compilou o material de «educação sexual holística» é «instruir» sexualmente as nossas crianças em toda a sorte de perversões sexuais, prostituição e aborto.

Aqueles que adoptam o termo género, em vez de sexo, não pretendem combater a discriminação (isso é só uma das muitas máscaras usadas tal como inclusão, prevenção da violência no namoro, etc.), mas sim DESTRUIR a família, o casamento e a maternidade; pois só desse modo conseguirão fomentar um «estilo de vida» que incentiva e promove todos os tipos de experiências sexuais desde a mais tenra idade.

Os pais precisam estar a par de toda a formação que os seus filhos recebem sobre este assunto; pois, como já mencionei, é de ensino obrigatório e conta para nota.

Os promotores dessa ideologia, que hoje embosca os nossos filhos/netos em sala de aula,  diabolizam e rotulam os pais cristãos – que ensinam aos seus filhos que Deus criou apenas dois sexos e que cada um se deve aceitar com o sexo que Deus lhe designou, que cada um, homem e mulher, precisam reconhecer e aceitar a sua identidade sexual, reconhecendo a sua importância, especificidade e complementaridade – como: fanáticos religiosos, homofóbicos, transfóbicos, racistas, fascistas, e toda a sorte de insultos inventados para tentar silenciar quem ainda não abriu mão da educação dos seus filhos e continua a gritar bem alto: a família educa; a escola ensina.

É obrigação dos pais, e aqui quero dirigir-me especificamente aos pais cristãos, acompanhar com atenção tudo o que seus filhos aprendem na escola sobre este e outros temas. O papel da escola é ensinar e não colocar na cabeça das crianças, que não têm senso crítico, ideologias que não se coadunam com a Lei de Deus nem com a fé e os valores dos pais. É fundamental entendermos isto porque a Educação, do ponto de vista humano e moral, é obrigação da família e só a família pode influenciar a Escola. Os partidos políticos com maioria parlamentar não podem continuar a arrogar para si o papel de Estado-educador, quando a função de educar as crianças não é função do Estado. A função do Estado é garantir os meios práticos necessários para que a educação das crianças pelos seus pais, e pelos seus professores com a confiança dos pais dos seus alunos, se processe no respeito dos direitos da família e em especial dos direitos de personalidade (artº 26º da C. R. P.)

O papel do Estado e da Escola é «Cooperar com os pais na educação dos filhos;» (art.º 67.º, alínea c, da C. R. P.), nunca substitui-los.

Felizmente, neste cantinho à beira-mar plantado, já há pais a lutar arduamente contra a doutrinação ideológica dos seus filhos, contra ideologias que tentam confundi-los e incutir-lhes que são folhas em branco nas quais os ideólogos de género podem escrever o que muito bem entenderem.

O governo português não pode continuar a desrespeitar, especialmente em ambiente escolar,  as diferentes sensibilidades filosóficas, religiosas ou morais dos alunos e dos seus pais, impondo a ideologia do regime, de forma transversal e ocultando-a aos verdadeiros educadores (os pais) (art.º 41.º e 43.º da C. R. P. e art.º 7 da Lei de Bases do Sistema Educativo).

Inclusividade e igualdade: dois pesos e duas medidas

Dezembro 13, 2024

Maria Helena Costa

Artigo publicado no site da SALL 

Marc Guéhi, futebolista (Crystal Palace), poderá enfrentar uma sanção da Federação Inglesa de Futebol (FA) depois de escrever “Eu amo Jesus” na braçadeira de capitão, no jogo frente ao Newcastle.

Em setembro Adam Smith-Connor foi condenado simplesmente por rezar silenciosamente. No sábado passado, 30 de novembro, Marc Guéhi, escreveu “Eu amo Jesus” na braçadeira LGBTQ+, que a Premier League desenhou e que, segundo o regulamento, é de uso obrigatório, e enfrentará uma sanção da FA.

As regras proíbem o uso de “slogans, declarações ou imagens políticas, religiosas ou pessoais” e o regulamento dos equipamentos da FA proíbe ainda o uso de qualquer mensagem política ou religiosa em qualquer peça de vestuário. Qualquer infração destas regras pode resultar em medidas disciplinares como sanções.

Ainda este fim de semana Sam Morsy, muçulmano, capitão do Ipswich Town, foi o único capitão que recusou usar a braçadeira LGBTQ+, optando pela habitual preta.

Em 2023, cinco jogadores do Toulouse foram dispensados do jogo contra o Nantes por terem recusado usar a braçadeira LGBTQ+.

O Governo francês afirma que esta é uma medida que defende a inclusividade e igualdade dizendo que “o objetivo da campanha era passar uma simples mensagem contra a discriminação, algo essencial num país como a França, que defende e promove os direitos humanos”.

Que inclusividade e que igualdade?

Porque razão usar braçadeiras com as cores de uma bandeira, criada pela comunidade LGBTQ+, é ser inclusivo, mas expressar a fé católica é violar as regras? Se um jogador não precisa de manifestar a sua fé para ser visto como igual, e as equipas não precisam de usar crucifixos aos pescoço para respeitar os cristão, porque razão o uso de um símbolo ideológico o será?

Quando se fala em direitos humanos devemos considerar que “os Países-Membros se comprometeram a promover, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais do ser humano e a observância desses direitos e liberdades,” (…) e “Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império da lei, para que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão,” concluí-se que estas decisões violam vários artigos da Declaração Universal do Direitos Humanos:

Artigo 1
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.

Artigo 2
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. 

Artigo 7
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

Artigo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.

Artigo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

Cenários idênticos em Portugal

Na semana passada podemos assistir a uma situação, em muito, semelhante a esta. Em que os princípios de inclusividade e igualdade são conceitos à disposição e não princípios fundamentais.

Qual é a diferença entre a iluminar a fachada do edifício da Assembleia da República com as cores da bandeira LGBTQ+ e pendurar lonas? Porque razão um é considerado inclusivo e outro vandalismo?

A bandeira arco-íris parece não estar sujeita ao mesmo escrutínio de outras mensagens.

 

Numa escola perto de si

LGBTQQICAAAPPF2K+ Quase a esgotar o abecedário e já com números

Dezembro 12, 2024

Maria Helena Costa

Imagem

Os activistas LGBT+ não estão interessados na «igualdade», muito menos em formar famílias funcionais e duradouras. O movimento LGBT não é mais do que um Cavalo de Troia, cujo interesse é minar a ordem natural da família e redefinir conceitos básicos como sexo, pai, mãe e filhos. Para isso, precisam ganhar os mais novinhos e usá-los como arma de arremesso contra os próprios pais. 

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