Ao longo dos últimos anos tenho vindo a alertar para o objectivo globalista de normalizar a pedofilia como mais uma orientação sexual. Recentemente, na vizinha Espanha, a ministra da igualdade, Irene Montero, disse isto:
«Para falar de educação sexual, por exemplo, que é um direito dos meninos [ninos] e das meninas, senhor. Independentemente de quem sejam as suas famílias, porque todos os meninos, as meninas e es menines deste país têm direito, têm direito a conhecer o seu próprio corpo e saber que nenhum adulto pode tocar o seu corpo se eles não quiserem, se eles não quiserem, e que isso é uma forma de violência. Têm direito a saber que podem amar ou ter relações sexuais com quem lhes der na gana, baseadas, isso sim, no consentimento. E isso são direitos que têm reconhecidos e de que vocês não gostam.»
Infelizmente, e tal como na altura escrevi, o caminho para a legalização da pedofilia tem vindo a ser desbravado há muitos anos. Ao usar o termo “consentimento”, Irene Montero legitima culturalmente a pedofilia e põe de lado o status de vítima da criança. Assim, ela escancara a porta aos pedófilos, sob o argumento de que não há uma vítima – porque a criança consentiu – porque a criança tem direito a fazer sexo com quem quiser e ninguém lhe pode negar esse direito, nem sequer os próprios pais. Sob esta perspectiva, as crianças deixam de ser vítimas e passam a ser activistas que lutam pelos seus direitos de «fazer sexo com quem lhes der na gana». E quem melhor do que os adultos para as instruir sexualmente e satisfazer?
Aberta a caixa de Pandora, chegou a vez dos psicólogos desbravarem o caminho que muitos pedófilos, como Alfred Kinsey, e algumas feministas radicais, como Shulamit Firestone, Simone de Beauvoir e a ministra espanhola abriram. E isso só poderia acontecer – ao vivo e a cores – num país (des)governado pela esquerda, a Argentina, na televisão, no programa Intrusos, onde a psicóloga Celia Antonini fez declarações que lhe deviam valer um processo na Ordem dos Psicólogos por incentivo à prática da pedofilia.
Sim, em pleno século XXI, Celia Antonini – que foi convidada para falar sobre o comportamento e a configuração mental dos abusadores do caso que explodiu há uma semana atrás sobre uma organização de exploração sexual infantil e corrupção de menores na qual o antigo vencedor e depois produtor do Big Brother, Marcelo Corazza, era membro,– numa entrevista em que a falta de uma perspectiva de género era evidente, e o termo “doente” foi usado para se referir a violadores reincidentes (na tentativa de justificar o violador, que, pobrezinho, é doente), Antonini explicou que, no caso de pedófilos que violam crianças, «há uma conformação diferente do cérebro que altera algumas áreas do mesmo, que tem uma diferença anatómica e uma diferença funcional, que se pode ver numa ressonância magnética funcional».
Um dos entrevistadores perguntou-lhe se, para além de «nascer assim, pedófilo (…) há também pessoas que não nascem assim e cuja perversão, que pode ter a ver com o sexo a que estão ligadas (?), as pode levar a abusar sexualmente de crianças sem necessariamente terem nascido assim?» A psicóloga respondeu: «Penso que não. A pessoa pode fazer qualquer coisa, mas os limites das crianças, se a pessoa não tem essa condição prévia (ter nascido pedófilo) não é possível. O nível de culpa que isso gera na pessoa (no adulto violador) não o permite.»
Outro integrante do painel perguntou-lhe: «Se o abusador pode seleccionar quais as pessoas que são valiosas e quais as que não são, ele não sabe perfeitamente bem o que está a acontecer?»
A psicóloga respondeu: «Tenho um paciente que gostava (ou gosta?) de crianças entre os 8 e os 10 anos de idade. Ele disse que se mataria antes de tocar com um dedo numa criança. Este homem, para poder ter sexo com a sua mulher, tem de pensar em crianças entre os 8 e 10 anos de idade. Ele não pode mudar, não pode mudar o seu desejo, não pode mudar as suas acções.»
Perante esta resposta, os moderadores intervieram mencionando casos de pedófilos que, depois de terem sido presos por violarem crianças, reincidiram, mas tiveram o cuidado de se referir aos violadores como doentes.
«É verdade que têm um impulso irrefreável, mas que se pode controlar com tratamento.» Explicou Antonini. E, diante de milhões telespectadores, proferiu uma sentença perigosíssima, que ameaça seriamente a segurança de todas as crianças: «Isto [a pedofilia] é uma orientação sexual. Eles [os pedófilos] podem relacionar-se normalmente como qualquer um de nós, mas o seu desejo sexual é colocado sobre menores.»
Isto é criminoso! As afirmações da psicóloga são de uma barbaridade atroz. Vamos por partes:
Ela afirma que não existem pedófilos com maus instintos, pois, coitadinhos deles, se violassem uma criança – sem terem nascido assim – não suportariam a culpa.
- Mas se, supostamente, tivessem nascido assim, não sentiriam culpa?
- Deduzo que a psicóloga também defenda que os violadores de mulheres tenham nascido assim, coitadinhos, e que seriam incapazes de as violar se essa não fosse a sua identidade de género, a sua orientação sexual. Ou, não?
- O pedófilo não pode controlar as suas acções? Mas ele não lhe disse que se mataria antes de tocar numa criança? As crianças estarão mesmo seguras perto dele?
- Se alguém viola uma criança, porque, coitadinho, é doente, não é inimputável?
- A orientação sexual de uma pessoa pode ser controlada com tratamento? Então a orientação sexual é uma doença?
- Se a pedofilia é uma orientação sexual, o que a torna diferente das demais orientações?
- Se a orientação sexual de um pedófilo pode ser controlada com medicamentos, todas as outras obedecem ao mesmo critério, certo?
- Se as crianças têm ‘direito a fazer sexo com quem lhes der na gana’, porque é que as pessoas cuja orientação sexual é abusar de crianças não podem satisfazer os direitos das crianças e ter a sua letra na sigla da bandeira colorida?
Como escrevi há alguns anos, os que alegam que os pedófilos são ‘programados desde o útero’ vêem o abuso sexual infantil como mais uma ‘orientação sexual’. Quando os mesmos que afirmam «ninguém nasce heterossexual» garantem que se nasce ‘programado desde o útero’ para ser predador sexual de crianças, precisamos perceber que estamos diante de criminosos depravados, que querem abusar das nossas crianças sem serem punidos por isso.
Há anos que existe uma campanha para categorizar a pedofilia, não como um desvio sexual reprovável, digno do mais severo castigo, mas sim como mais uma orientação sexual.
Brevemente, se nada for feito para contrariar a tendência, a pedofilia será apenas mais uma orientação sexual legitimada pelas políticas identitárias do género. Os media têm seguido activamente essa linha de pensamento. Já em 2013, a resposta do Dr. Cantor à pergunta ‘A pedofilia é uma orientação sexual?’, foi citada pelo seu colega Dr. Michael Seto: Os pedófilos permanecerão escondidos se continuarem a ser odiados e temidos, o que impediria os esforços para compreender melhor esta orientação sexual e, assim, prevenir a exploração sexual infantil.
Orientação sexual? Como ser gay, lésbica, etc.?
Como é que se pretende proteger as verdadeiras vítimas – as crianças – colocando o rótulo “orientação sexual” nos predadores?
As crianças, não os adultos pedófilos, são as vítimas vulneráveis e indefesas. O rótulo “orientação sexual” só serve para os transformar em vítimas dos seus próprios instintos descontrolados e para lhes conceder licença para agir de acordo com o seu novo status. De vis criminosos passam a ser vítimas do útero, vítimas de uma natureza que não conseguem controlar. Qualquer dia, as crianças serão as provocadoras que assediam os pedófilos e despertam os instintos naturais de quem não tem culpa de ter nascido assim. E nós, que odiamos a pedofilia e a destruição que provoca nas vítimas dos predadores, também somos apontados como culpados por termos ‘medo e ódio’ dos pedófilos obrigando-os a ‘permanecer escondidos’, coitadinhos.
Será que nós, que condenamos o abuso sexual de menores, não temos razões mais do que suficientes para nos sentirmos ameaçados por predadores sexuais e pelos danos que causam às crianças?
Não serão esses instintos fundamentais para a nossa sobrevivência? Porque é que, de há algum tempo a esta parte, a conversa sobre a pedofilia mudou do abusado para o predador? Será que as crianças não têm o direito de ser protegidas dos predadores?
Porque é que há cada vez mais ênfase na protecção do criminoso?